SCHOPENHAUER, Arthur. Do Sofrimento do Mundo. São Paulo: Martin Claret, 2001. 128p.
Para Schopenhauer o sentido para a vida é o sofrimento gerado pelas necessidades essenciais da vida e a infelicidade é a regra, mesmo que a infelicidade individual pareça uma exceção.
O fundamento da negatividade da felicidade está em que não nos damos conta quando as coisas correm satisfatoriamente, quando gozamos de boa saúde etc. No entanto, qualquer contrariedade à nossa vontade é desagradável e/ou causa sofrimento. A dor, e por conseqüência o sofrimento, portanto, é positiva (113).
“o mal é o positivo, é aquilo que em si mesmo se torna sensível; e o bem (por exemplo, toda felicidade e satisfação) constitui o negativo, isto é, vem a ser a supressão do desejo e a eliminação da angústia.”
Assim como para os grupos, a vida dos indivíduos é uma luta constante com a necessidade e o tédio. O homem encontra oposição em toda a parte e vive lutando continuamente (114).
De acordo com Schopenhauer, todos nós precisamos de “uma certa dose de preocupação, de dor, ou necessidade” e “trabalho, aflição, esforço e necessidade constituem a sorte, no curso da vida, da maior parte das pessoas”.
A base sobre a qual a felicidade e a infelicidade se apresentam ao homem é bastante reduzida e envolvem saúde, alimento, proteção do frio e umidade e satisfação sexual (115).