Esse livro, apesar de usar um corpo teórico que me é estranho e muitas vezes para mim advinhatório – como sempre me parecem os discípulos de Edgar Morin –, possui algumas afirmações interessantes sobre a mídia, e são essas que procurarei expor aqui.
Ela destaca a dimensão ritual que a leitura matinal do jornal possui. Afirma também que sendo a mídia uma “estrutura simbólica de poder”, ela nos seduz, mas mais que isso, somos capturados pelos “conteúdos míticos” da comunicação jornalística (53).
Esse caráter mítico se mostra também no ritmo diferenciado que o jornal imprime à realidade da própria informação, quando lança os jornais do domingo no sábado, por exemplo. Além, disso inverte sua própria função primária, a de informar opinativamente os fatos, mas também atualmente tem como conteúdo seus próprios comportamentos (53). E isso se evidencia muito mais nos jornais de sensação que tanto são notícia em suas próprias páginas, mas também nas páginas de jornais concorrentes, principalmente no que se refere aos limites do comportamento ético dos jornalistas e da apresentação de notícias.